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ABS CRUNCH FAZ MAL?

  • Foto do escritor: Salvador Miguel
    Salvador Miguel
  • 7 de nov. de 2023
  • 2 min de leitura

Provavelmente muitos de vocês já ouviram dizer que este exercício pode ser lesivo para a coluna, e aqui vamos ver se isso é ou não verdade.

Porquê que surgiu essa teoria?

Foram feitos vários estudos para verificar qual o mecanismo de herniação, utilizando segmentos de coluna de porcos. Realizaram-se ciclos de movimento entre 4400 e 86400. Como esperado, a maioria dos estudos experimentou herniação completa ou parcial, principalmente pelo anel posteior (Callaghan & McGill, 2001; Drake et al., 2005; Drake & Callaghan, 2009; Marshall & McGill, 2010; Tampier et al., 2007).

Parece lógico, então, que se acontece isso com estes modelos, aconteceria o mesmo com as nossas colunas, e a partir de um determinado número de movimentos, todas elas acabariam por ter problemas.

O problema (ou a solução) é que as nossas colunas são ligeiramente diferentes das colunas testadas nesses estudos.

As nossas colunas estão envolvidas por músculos, que suportam e apoiam os movimentos (Rohlmann et al., 2006; Wilke et al., 2001; Wilke et al., 1996; Wilke et al., 1995; Zander et al., 2001).

Há uma regeneração de tecidos quando um stress lhes é aplicado (Brickley-Parsons & Glimcher, 1984). E há um aumento de rigidez após uma deformação dos tecidos celulares, que ajudará a resistir a futuras deformações (Lei de Wolff & Davis) (Rubin & Schweitzer, 2005; Ruff, Holt & Trinkaus, 2006).

O fluxo de fluidos no interior do disco é diferente em cadáveres, pois não há uma rehidratação do disco, enquanto no ser vivo há (Van der Veen et al., 2005).

Os porcos têm amplitudes de movimento da coluna menores que os humanos (Alini et al., 2008).

Um treino de musculação nunca alcança os valores obtidos durante um dos estudos apresentados (Contreras & Schoenfeld, 2011).

Há descanso entre treinos, o que nos permite remodelação dos tecidos e alívio de stress (Contreras & Schoenfeld, 2011).

Mas…

Não só o exercício (carga mecânica) vai influenciar a degeneração dos discos, havendo outros fatores tais como a genética, o envelhecimento, a apoptose, a deficiência de colagénio ou de proteoglicanos e o fluxo vascular que têm um impacto nessa degeneração.

Então, já teremos à partida, pessoas mais propensas a ter esse tipo de problemas. Depois, pessoas com cargas exageradas ou insuficientes terão maiores incidências de patologias discais, enquanto pessoas com uma carga física moderada, pelo contrário apresentam menor incidência de patologia discal (Viedman et al., 1990).

Devemos fazer abs crunch porque:

O movimento da coluna facilita a nutrição dos discos intervertebrais (Holm & Nachemson, 1982; Holm & Nachemson, 1983).

Há uma capacidade de sobrecarga progressiva, como nos indica a Lei de Wolff & Davis, logo se tivermos discos mais fortalecidos teremos menos risco de lesão.

Hipertrofia da musculatura abdominal (Contreras & Schoenfeld, 2011).

Aumento da performance desportiva pelo aumento de força nos músculos abdominais (Contreras & Schoenfeld, 2011).

Ganho de mobilidade articular, que está relacionada a menor incidência de dores lombares (Mookerjee & Ratamess, 1999, Santos et al., 2010; Barbosa et al, 2002; Burton, Tillotson & Troup, 1989; Dvorak et al., 1991; Mayer et al., 1984; Pearcy, 1985).

 
 
 

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